A Onda do Silicone

Cada dias mais as mulheres se submetem a sacrifícios desnecessário em nome da mídia e em nome da exigência nacional, claro não as culpo totalmente por isso já que no Brasil o padrão ideal conta mais que qualquer outra coisa. Ultimamente tenho ficado espantada com a quantidade de adolescentes que estão entrando “no bisturi”...Sim é verdade, ontem dando uma olhada nas revistas li o depoimento de uma menina de 17 anos, cujos pais pagaram sua cirurgia, segundo a adolescente os pais pagaram a cirurgia porque acharam melhor a garotar pôr silicone que optar por esportes radicais que era o que ela faria com a importância $ que os pais lhe deram. Gente, peraí! Como dizia meu irmão: “Parem o mundo que eu quero descer” O apelo é simplesmente perfeito e a mídia vende a idéia de que corpo sarad@, bronzead@, malhad@ e porque não siliconad@ (já que os homens também estão aderindo) são sinônimos de aceitação e claro de saúde, ledo engano.

Não quero ser arbitrária dona da razão, eu sou sim a favor que a mulher tenha domínio sobre seu próprio corpo, mas daí a incentivar o modismo desregrado e frenético não. Ótimo os seios dá pra “arrumar” e quando o caso for outro? Um complexo com altura por exemplo, ok, alguém pode dizer se for baixa usa salto, mas e se o complexo for ser alta? Hoje talvez seja o sonho de cada 7 entre 10 meninas baixas, ser alta e ter uma silhueta esguia, mas eu já tive complexo por ter 1,74m. As pessoas não me deixavam em paz e ainda hoje algumas ainda me irritam, com aquele velho comentário imbecil: “Nossa como você cresceu”, uma coisa é ouvir isso da sua tia que há anos não te vê, outra coisa são as pessoas te perturbarem cada vez que cruzam com você! Tenho essa altura desde os 14 anos mais ou menos e dia desses (menos de um ano) entrei no elevador e um vizinho antigo disse: “Você sempre crescendo né?”...risos....trauma superado = resposta na ponta da língua: “Eu? Não imagina, você que está diminuindo. Mal educada? É provável que sim, mas tenham certeza de uma coisa nunca mais ele comenta. Que saco!

Patrícia Pillar deu uma interessante entrevista esse mês a uma revista feminina que dizia:

“Ser feminina é muito gostoso, mas às vezes fico meio incomodada. O mundo é tão machista, e acho que as mulheres estão machistas também. Muitas se esforçam para ser o objeto ideal do desejo deles. Eu não gosto disso. Se um homem só vai gostar de você se for igual à mulher da revista, é muito chato isso. Alguma coisa está errada, parece que as relações estão mais difíceis de acontecer. Por um lado, hoje as mulheres têm uma liberdade maior de poder escolher, de ter a alternativa de experimentar e isso é bacana. Mas alguma coisa não me cai bem nesse esforço de perseguir um modelo para ser amada. O desejo está precisando tanto ser tão específico? "Só vou me sentir desejada se eu tiver um peitão assim ou for toda malhada", que qualidade de desejo é essa? Alguma coisa está errada e os afetos estão difíceis de acontecer.”

Em função da vaidade desregrada e desse turbilhão de exigências que a mídia faz em relação as mulheres e adolescentes, a saúde vai ficando de lado e embora existam muitas campanhas e orientações os números estimados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 48,9 mil novos casos de câncer de mama serão registrados este ano no país. O número pode assustar, mas a boa notícia é que a tecnologia médica nesta área tem alcançado significativos avanços. A incidência do câncer de mama tem aumentado sistematicamente nos países industrializados, mas a evolução de todas as formas de tratamento do câncer de mama é um dos progressos mais notáveis da medicina.
É inegável que o modismo traz sim malefícios as pessoas, as mulheres sobretudo que ainda são as mais cobradas e as adolescentes que sofrem tanto com rejeição do grupo de amigos e da própria mídia. Quem souber me diga quem é a atriz da rede globo que é adolescente e é gordinha? Sabem o que mais a gente mesmo também se torna preconceituosa porque todo esse bombardeio também nos atinge. A adolescência que merece um post exclusivo é um período de muitas decisões e pressões sociais, familiar e etc...

Há seqüelas que se levam desse período para a vida toda, ainda me lembro de coisas que ouvi de colegas e que me entristeceram por um longo período, trabalhar a auto-estima e se compreender dentro de seu corpo amando ele e cuidando dele é simplesmente maravilhoso, nosso corpo é o nosso instrumento e cuidar dele deve ser um ato de amor da gente pra gente mesmo, assim vou escolher bem meus alimentos e buscar qualidade de vida através de coisas que me tragam prazer e felicidade, mas nunca como forma de aceitação mas como um presente de “mim pra mim mesma”, ser aceito é necessidade de todos mas saber explorar em si mesm@ suas qualidades que sem dúvida superam as pequenas coisas que não são tão perfeitas como gostaríamos não tem preço, não sou totalmente contra a cirurgia plástica mas não apoio por puro modismo, fazer bom uso do nosso corpo sem dúvida só nos traz Felicidade :o)