Pra começar o dia um pouquinho de Literatura e um belíssimo Poema de Florbela Espanca, essa poetisa portuguesa que nasceu em 18 de Dezembro de 1894 no Alentejo - Portugal. Florbela foi criada pelo pai e pela madrasta mas foi registrada como filha de pai desconhecido e só aos 19 anos recebeu o nome do pai.
Florbela casou-se por três vezes, formou-se em Letras pelo Liceu de Évora e cursou também Direito na Universidade de Lisbo aonde fez contato com outros poetas da época e com um grupo de mulheres escritoras. Colaborou com jornais e revistas, entre eles, O Portugal Feminino . Em 1919, publicou sua primeira obra poética ; O Livro das Mágoas. Os casamentos mal sucedidos, as desilusões amorosas e sobretudo a morte acidental do irmão Apeles Espanca, na queda de um avião sobre o Tejo em 1927, marcaram profundamente a vida e a obra de Florbela Espanca. Essa importante figura feminina que fez história viveu apenas 36 anos, morreu três anos depois de seu irmão e há controvérsias sobre sua morte.
Eu ...
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
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