terça-feira, 26 de junho de 2007

Mais que submissas...



Devagar como qualquer mudança, e como qualquer progresso segue a inserção da mulher na sociedade, como figura independente como ser e não como objeto! Aos poucos a mulher vem ganhando espaço e conquistando seu merecido respeito!

As coisas infelizmente ainda não pra todas, mas pra algumas já caminham a passos largos ou relativamente evoluídos...Uma pena que essa visão e sobretudo essa postura que na minha visão é uma cultura “ainda” não esteja em todas as mulheres, as vezes por posição social, por criação enfim...

Não tenho nenhum preconceito em relação a nordestinos, até porque venho de família nordestina, mas posso um exemplo de submissão desenfreada, de anulação, de baixa auto estima e falta de amor próprio que quando eu era criança pensava “coisas assim só acontecem no nordeste”...engano meu. Em toda história da minha família já vi por diversas vezes mulheres sofrendo por causa de seus maridos, uma sofrendo violência psicológica dentro de casa com marido alcoólatra, outra que o marido a traía cinicamente as vistas de todos, outra que o marido era autoritário, mandão e a tratava sem o menor respeito...algo de comum entre elas? Todas tiveram casamentos longuíssimos mais de 20 anos e apesar de todos esses pesares continuarem firmes sendo Ótimas donas de casa"*

Eu tinha um tio que já faleceu assim como sua esposa com quem fora casado por uns 30 anos. Mas sendo meu primo adolescente se não estou enganada, meu tio arranjou “outra”...a traição era de um cinismo tão descarado, tão desprovido de tudo, de respeito, de empatia de hombridade que ele ligava do telefone de casa, na frente da esposa, filho, visita pra dizer que estava indo(...) tomava banho, se perfumava e ía “prestar um socorro” como costumava dizer! E sabem do que mais??? Minha tia viveu com esse homem apenas em separação de corpos todos os últimos 20 e poucos anos de sua vida! Era infeliz, amargurada, mas conseguia sorrir quando a visitávamos e fazia uma comida maravilhosa, trabalhava na feira da Sulanca ela era “Uma senhora dona-de casa” .

Eu por ser muito criança nunca pude perguntar mas hoje o faria sem pudor :”Porque a Sra. Continua com ele tia?” E posso imaginar as respostas: “Porque jurei na igreja, até que a morte nos separe” ou “Porque ruim com ele, pior sem ele” (minha mãe dizia isso, era coisa que minha avó enfiara na cabeça dela) E querem saber o desfecho dessa história?! Minha tia morreu de câncer, e pra conseguir morrer levou três anos e foi definhando da mesma forma que aconteceu com seu coração, com sua alma que foi se esfarelando aconteceu com seu corpo...

Não vou me aprofundar porque isso daria outro post que outra hora escrevo, mas ainda acredito “muito” que “algumas” doenças são da alma e “explodem” no corpo como última saída e é dessa maneira que eu vejo o câncer e a dolorosa saga daquela mulher pernambucana, prendada, trabalhadora...
*Ps: - Este post não tem o intuito de incentivar as pessoas ao divórcio ou separação, sou a favor do casamento, da família e sobretudo da Felicidade...mas é uma observação aos direitos iguais, direito de ser feliz, de amar, de ser amada, de ser respeitada enquanto mulher e pessoa e claro “Que seja eterno enquanto durar”.

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